Foi
inevitável não me assustar com a visão daquela gigante. Estar ali e poder
abraçá-la foi realmente uma forma de oração, uma prece. Foi sentir a fugacidade
de ser humano. Somos plumas sopradas ao vento que logo, logo cairão. Sua raiz mais
profunda chega a 18 m. Cerca de 1/3 fica embaixo da terra, invisível, garantindo
o sustento, tanto físico quanto bioquímico. Nós também, como árvores enterramos
nossas raízes em solos onde esperamos nos nutrir. Também temos partes escondidas
que nos sustentam e nos dão a possibilidade de viver. Abraçar um ser vivo a
mais de 3.000 anos foi me reconectar com a natureza de onde viemos e para onde
vamos voltar.
Depois
de dar voltas ao redor dela, olhar sua copa de todos os ângulos, tentar
inutilmente distinguir o formato de suas folhas a mais de quarenta metros de
altura, começamos a elucubrar sobre as razões pelas quais ela ainda estaria de
pé. Sim porque jequitibá é madeira de lei! Talvez seu tronco já fosse tão
grosso, que amedrontou os machados. E aí quando vieram as motocerras, já se
tinha um pouco de consciência do seu significado e resolveu-se preservar. Vai
saber. Um misto de várias razões. Fato é que ela está lá e segundo um dos
vigias do parque “gosta que visite”. Você consegue imaginar quantas vidas já
passaram por essa árvore? Eu não. Só consigo me sentir grata pela oportunidade
de abraçar um ser tão velho e tão lindo, tão majestoso e tão generoso. Se você
tiver oportunidade, vá lá. Vale muito a pena.
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